quinta-feira, 30 de abril de 2009

terça-feira, 28 de abril de 2009

Novos habitantes

Apareceu uma nova variedade de libélulas em nossa casa hoje, após a expulsão dos ratos. Serão novos refugiados ou estarão à mando dos excomungados?





Trabalho árduo


Depois de duas semanas de intenso trabalho e muitas horas extras, está pronta a remessa de cerâmicas que alegrará o coração das mães paulistanas. Quem quiser ver as peças, elas estarão em exibição nas Lojas do Chá dos shoppings Iguatemi e Villa Lobos em São Paulo.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Operação Queijo Suiço - parte II


A coisa encrespou para o lado dos ratos larápios daqui de casa. Outros habitantes clandestinos do atelier não ficaram nada satisfeitos com a polêmica em torno do assalto a queijaria. Foi descoberto um observador de olhar severo escondido entre as folhagens de um caramanchão. Não se sabe a serviço de quem estava. E não será fácil saber pois nem boca ele tem. Estes habitantes são refugiados de outras eras que aqui encontraram um abrigo tranquilo. Alguns deles fugidos dos quadros de Hieronymus Bosch, temerosos dos rigores da inquisição espanhola barbaramente conduzida por Torquemada. Paranoicos, eles não acreditam que os tempos agora são outros. Alguns deles nasceram de recantos obscuros da cabeça do ceramista. De uma coisa todos estão certos, querem ficar no anonimato.


Mensageiro. Como eles são um pouco antiquados desconfiam também da segurança do telefone e internet - e com razão!

O pato Hunter tem um gosto refinado no que diz respeito a escolha de sua caça.

Por isto resolveram a questão com um julgamento sumário conduzido pelo juiz leigo Ancião, o Velho. O julgamento foi rápido e sem direito a defesa. Os infratores foram condenados ao degredo por perturbação da ordem pública. Foram fixados em rolhas, colocados sobre queijeiras de cerâmica e serão postos à venda na minha banquinha do brique .



Réus arrolados arrolhados em frente do juiz Ancião, o Velho, de bengala.


Hasta la vista, baby.

domingo, 26 de abril de 2009

Parabéns para nós! Brique da Redenção


Estamos de aniversário hoje.

Apesar das agruras da vida de artesão, neste mundo rápido, tão hostil e sem paciência com a tranquilidade do fazer artesanal...



continuamos a florescer lindos, fortes, teimosos e sem arrependimentos...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Operação Queijo Suiço

Enquanto felinos vivem seu momento de glória na capa da ZH, aqui em casa...

A operação tramada por 7 ratinhos marginais que vivem no meu atelier foi um sucesso. Encontrei-os hoje pela manhã reunidos em cima do torno de cerâmica, num festerê total, cada um com o fruto de seu vandalismo na mão. Não entendi nada!Mais tarde li na crônica policial que houve uma invasão no supermercado que fica a 3 quadras de minha casa, por criaturinhas cor de telha que saíram correndo, cada um com seu queijo após soar o alarme. Tudo foi registrado nas câmeras de vigilância. Segundo o jornal os investigadores não tem pista do paradouro dos infratores . Encontraram um deles esparramado na rua ao lado, panquecado por um ônibus, segurando um queijo em forma de disco solar, não foi possível colher suas impressões digitais e nem descola-lo do asfalto.


Cada um com seu troféu.


Degustação comandada pelo cheff da gang.


Vamos trocar de queijo? Eu, hem, tá doido!

sábado, 18 de abril de 2009

Primavera outonal

Aqui no sul já se sentem as primeiras mudanças indicativas de outono, dias mais curtos e as frentes frias trazendo lembranças da Antártida. Hoje mesmo no Brique a temperatura estava bem agradável pela manhã. Fui trabalhar vestido para verão, bermuda, regata e um sapatinho
leve. Na frestinha de céu visível que dá para o sul se via o prenúncio cinzento da frente fria - desgraça do feirante. Aí pelo meio dia o tempo encrespou, a chuva começou a cair, os clientes a correr e os expositores a tiritar de frio e descontentamento. Catei um blusão atrás do banco da camionete e um par de meias que estiquei até os joelhos. Desmontei a feira e me mandei para casa. Quando Laura me viu chegando em casa me recebeu com um - O que é isto ? referindo-se ao meu traje bizarro.
Porém no atelier as estações tem um ritmo próprio e a primavera anda solta:

Saleiro


Algumas pessoas me perguntaram se estas peças eram antigas porque lembravam as louças de suas avós. Que tempo louco este que vivemos. Esta pobre cerâmica nasceu feliz ontem pela manhã e hoje já é uma vovozinha.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Crise de identidade


Recebi hoje um email da Neide comunicando que meu lindo tratador/ bebedouro para pássaros sofreu um desvio de função, só porque ele estava atraindo uns pobres e inocentes camundonguinhos que vinham a noite fazer a faxina dos restos que sobravam.
Depois do choque inicial até que gostei da ideia. Agora seria legal tirar os arames.

sábado, 11 de abril de 2009

Animais a solta



Saleiro


Novas criaturinhas saidas do forno hoje



Jataí! Já tá aí?






As mini abelhas jataí parecem uns mosquitinhos amarelinhos. Pertencem ao grupo dos meliponídeos, abelhas nativas sem ferrão. Identificadas como Tetragonista angustula, tem por habitat desde o sul do México ao norte da Argentina.
No interior do estado tem-se o hábito de retirar a colmeia e coloca-la em caixas de madeira perto de casa. A colheita do mel geralmente é feita no verão. A quantidade colhida por caixa gira em torno de 500 gramas. O mel tem um sabor típico inconfundível e é mais líquido e menos doce do que o das primas europeias africanizadas com ferrão, do gênero Appis. Deve ser conservado na geladeira para não azedar. Dizem que este mel tem efeitos benéficos para o sistema respiratório. Costumo fazer uma infusão com folhas de laranja, hortelã e mel de Jataí quando estou gripado, com tosse. Para mim funciona bem.
Na casa de minha mãe tem 8 caixas com colmeias e algumas caixas vazias na espera dos enxames que vem por conta própria. Em uma ocasião colhi o record de 5 quilos de mel. Meu tio pinta garrafas pet grandes de preto e as pendura horizontalmente nas árvores da mata. De vez em quando entra algum enxame que ele logo transfere para a caixa. Na casa de minha mãe por duas vezes o depósito de cinzas da churrasqueira foi invadido. Sob a camada de cinzas haviam alguns tijolos soltos, entre eles foi construída a colméia. Mesmo com a churrasqueira ligada, a camada de cinza antiga as protegia do calor. Estas colmeias foram transferidas para caixas.
Basta um olhar mais apurado pelos muros e árvores da cidade que logo se decobre algum canudinho de cera indicativo da presença de abelhas. No Brique da Redenção já descobri duas árvores com Jataís próximo do solo.


Esta colmeia encontrou abrigo entre as pedras do fundamento da escola da Laura



Normalmente as caixas tem um canudinho que serve de entrada e saída das abelhas, mas aqui em casa uma delas está sofrendo forte influência da novela "Caminho das índias". Construíram 4 entradas, três na frente e uma atrás. Imagino que as intocáveis devam sair pelos fundos.
Para não estressá-las costumo pesar e registrar o aumento do peso nas caixas para ver a quantidade de mel produzido.



O mel é depositado em pequenos caldeirões esféricos. Infelizmente para recolher o mel faz se um estrago grande


Abri alguns potinhos com uma faca para mostrar a preciosidade do mel.



Estas mini bolinhas são os alvéolos onde a rainha deposita seus ovos. Ela é construída em camadas horizontais de baixo para cima como um prédio de garagem com pequenas vigas de sustentação em cera. O berçário fica bem protegido no centro da colmeia, com o diâmetro de uma caneca. A parte superior é coberta por vários telhados finos de cera que removi para a foto
Nesta semana fui visitar uma exposição sobre Darwin no Museu da PUC.Na entrada do museu tem uma réplica de um dinossauro que habitava o território gaúcho em outras eras. Me contaram que ele foi construído por um engenheiro amador, meio professor Pardal, responsável pela execução de várias engenhocas do museu. Ele fazia suas automações sem registrar os projetos no papel. Faleceu durante a construção do dinossauro e ninguém consegue terminar a automação e colocar a geringonça em funcionamento. Por isto foi colocado assim mesmo na entrada do museu.
Observando-o melhor, qual foi minha surpresa ao descobrir um ninho de Jataí no alto da coxa do dino.
Amplie a primeira foto do Post para ver melhor.


Até aí, Jataí!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Forasteiros

Forasteiros são bem acolhidos no Rio Grande do Sul. No começo da colonização europeia os conflitos eram muitos. Índios defendendo seu território com boleadeiras e flechas contra gananciosos e bem armados portugueses e espanhóis que queriam a posse do território. Após vieram os escravos negros para trabalhar nas charqueadas. Posteriormente chegaram imigrantes europeus e japoneses fugindo da miséria em seus países, muitos deles devastados pelas guerras, para construir seu novo mundo. Descendo dos esperançosos alemães.
Esta mistura de povos forma um rico mosaico cultural. O Brique da Redenção é um exemplo da entrada recente de imigrantes que nos últimos anos vem enriquecendo o tempero deste caldo. Meus vizinhos são argentinos, uruguaios,chilenos, mexicanos, peruanos, equatorianos, japoneses. Todos produzindo seu artesanato portunhol, com traços de sua origem misturada com a influência da terra que os acolheu.
Não são somente novas pessoas que vem viver aqui, também os papagaios, fugindo da miséria das florestas sem árvores vem buscar abrigo em Porto Alegre, uma das cidades mais arborizadas do país. Há um bando deles que faz a farra aqui em casa na época da pêra. Eles tem um grasnar forte que se escuta de muito longe. Tem o hábito de ficar nos galhos mais altos dos prédios - antenas de TV. Um vizinho me contou que uma vez uns dez deles resolveram desgalhar completamente uma antena . Deve ter sido na hora do Faustão, com certeza!




Eles não são muito econômicos quando comem a pêra. Seguram-na com a pata, dão algumas mordidelas e pum! em cima do telhado do atelier.


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Pistas encontradas no chão.

Meu amigo Claiton Martins, ornitólogo e professor da Ufrgs, me fez a gentileza de identificá-l0 e dar algumas informações técnicas :
"Bem, o papagaio da foto é um Amazona aestiva, o papagaio-verdadeiro. A espécie é de fato exótica, pois ela ocorre naturalmente até Santa Catarina. No RS não teríamos essa espécie em vida livre. Mas, ao que parece, esses indivíduos se originaram a partir de escapes de cativeiro, ou até mesmo solturas propositadas. Não sabemos ao certo quantos são mas o bando é grande e estão espalhados por toda a cidade"