segunda-feira, 31 de maio de 2010

Açucareiros para pássaros e canecas vazadas que não vazam

Foi difícil achar a solução para uma caneca vazada que não vaze, mas aí está.

Além de balanço para pássaros esta peça também serve de açucareiro. 



A família de João de Barro já decidiu onde fazer sua casinha. Muito espertos eles, barro é o que não falta em um atelier de cerâmica.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Admirador secreto

Desde que estudo piano, ensaio várias vezes ao dia, mais ou  menos umas duas horas e meia. Começo às 7  da manhã por meia hora Acho ótimo iniciar a manhã com música. E lá se vai mais de um ano nesta rotina.  A segunda feira amanheceu chuvosa e fria, e quando Mariângela retornou da escola trouxe um bilhete anônimo encontrado na nossa caixa de correio. "Gostamos de sua música às 7 horas da manhã " A mensagem ficou dúbia. Poderia ser alguém ironizando com o piano mal-tocado atravancando o sossego de algum vizinho. Tenho auto-critica suficiente para saber que o que toco está mais para horrorizar do que sensibilizar algum passante.
Hoje pela manhã , na hora do café, após meus exercícios no piano, Mariângela trouxe mais  este bilhete:
De fato, tem gente escutando e apreciando meu dedilhado das manhãs . Se fosse um elogio pelas minhas cerâmicas até entenderia, pois já fazem 20 anos que estou chafurdando na lama e se não fosse elogiado pela qualidade do trabalho pelo menos seria pela teimosia e dedicação. Mas o piano, este está longe de colher merecidos elogios, talvez sim  pela persistência, estudo muito para avançar alguns milímetros.
Me  pergunto o que move uma pessoa a escrever um bilhete de incentivo  e porquê anônimo?
Amanhã quando eu andar pela rua todos que eu encontrar serão suspeitos. É a paranóia do bem. Acho que eu não quero saber quem é o autor assim posso fantasiar a vontade.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Uma experiência gastronômica inesquecível

O corredor lateral de nossa casa  serve de varal e horta de temperos, que cultivo desde que viemos morar aqui. Tem de tudo, dá um sabor especial à comida. Este corredor também dá acesso a  camionete onde ficam guardadas as peças que levo ao brique. Sempre que circulo por aí arranco umas folhas de tempero para mastigar. Gosto muito do manjericão perene. Hoje, na corrida, lancei mão de umas folhas e coloquei na boca. De repente, o sabor  e o perfume refrescante do manjericão transformou-se no nauseabundo cheiro do fede-fede, entre os dentes senti estourar uma massinha mole, diferente da textura da folha, um gosto igual o cheiro mas que felizmente amorteceu a língua. Como não tinha jeito mesmo fiquei esperando algum efeito suplementar do tipo do Homer Simpson quando lambe alguns sapos. Nada aconteceu .Cheio de amor para dar e inspirado pelo espírito de porco entrei em casa e saí distribuindo carinhosos beijos na família. Todo mundo saiu correndo. Nem as cachorras, companheiras incondicionais, me aguentaram. Nunca me senti tão rejeitado.

Tentei encontrar  na horta mais um irmãozinho do bicho para fotografar, mas acho que era filho único.
Foto: GettyImages.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Aprendizes

Em algum momento da vida do artesão ele sente vontade de passar adiante o conhecimento que lhe foi ensinado pelo antigo mestre e  acrescido da própria experiência,seguindo a linha de aprendiz e mestre iniciada  na imemoriável pré história humana, quando foram inventados os primeiros utilitários de barro. Fazem 5 anos que dou aulas de torno no atelier, em uma tarde da semana. É um momento em  que a rotina de produção  se transforma em transmissão  do conhecimento acumulado. Acho este momento muito importante para mim. Aprender cerâmica não tem limites de idade, basta querer e deixar-se apaixonar. Minha aluna mais jovem tinha 1 ano, muito talentosa, mas infelizmente não seguiu adiante. Talvez eu tenha me precipitado um pouco em aceita-lá como aluna tão cedo, deveria ter esperado alguns anos, depois que seu vocabulário básico ultrapassasse o papá e mamã , se deslocasse sem ajuda, deixasse de usar as fraldas e os pés alcançassem os pedais. Fiquei um pouco frustrado, tenho a impressão de que ela não encarava aquilo como uma formação profissional mas sim como uma brincadeira. 


 



sexta-feira, 21 de maio de 2010

Banzé



Infelizmente o Banzé sucumbiu à sensação de imortalidade dos adolescentes. Ele foi viver em um sítio na casa da minha mãe. A cem metros da casa há uma rua bem movimentada, ali vivem vários cachorros, por seleção natural só sobrevivem os que aprendem a respeitar os carros, olhar para os dois lados antes de cruzar a rua.
O Banzé não aprendeu...

O vídeo foi feito por minha filha Laura, o primeiro de muitos. Aguardem.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Feijão mágico

Nossa jornada às voltas com o feijão mágico começou no início de abril quando a Laura ganhou da sua amiga de escola Luiza uma semente de feijão enorme.Não sei por quais vias sua amiga chegou aos obscuros chineses dos quais comprou as sementes Estava dentro de um pequeno copo envolta em algodão. Ela recebeu recomendações rigorosas de umedecer diariamente o algodão e de sequer  pensar em retirar a semente para  ver como é. E assim foi feito. O feijão inchava a cada dia que passava. Pelo terceiro dia a casca se rompeu e a plantinha começou a se espichar para fora do ovo. A surpresa foi descobrir que o feijão nasceu alfabetizado.A amiga da Laura garantiu que se o feijão fosse bem cuidado ele se reproduziria originando novas sementes falantes. Movido por esta promessa tratei de arrumar um pote adequado e com a terra bem fértil do meu canto de compostagem criei um ambiente mais adequado para seu desenvolvimento. O animado feijão não iria muito longe naquele miserável e estéril chumaço de algodão.


..

  Lá se vão 45 dias , terceira transferência de vaso e  perda das folhas falantes. Estou com duas grandes preocupações. Em algum momento terei que transferi-lo para um local definitivo para que possa se desenvolver bem e retribuir o carinho que lhe dou em forma de novas sementes.Como sua origem é obscura não tenho a menor ideia de que condições de solo e luminosidade ele precisa para se desenvolver.
A minha outra preocupação é que com esta era dos transgênicos atropelando o ritmo evolucionário da natureza, este feijão contenha um gen malcriado. A próxima geração de sementes poderia transcrever em suas folhas os piores xingamentos e palavrões.  Ou uma variante  Nostradâmica com versos proféticos que cada um interpreta como quer. Ou pior ainda, bem no estilo de Saramago, ao brotar revelaria o nome de quem o plantou em uma das folhas e na outra a data de sua morte.
Aguardemos os próximos capítulos. 

domingo, 16 de maio de 2010

Cobras e lagartos

Não é à toa que ultimamente minhas canecas estão com adornos interiores diferenciados.Esta lagartixinha aí está fazendo montanhismo na minha camiseta enquanto estava trabalhando.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Encantador de búfalos

Como apreciador de música até eu gostaria de ser um destes búfalos. O único problema é que teria que sumir dali quando estivesse gordinho e pronto para o abate . O mais legal desta história é que nunca é tarde para realizar sonhos e desenvolver os próprios talentos



sábado, 8 de maio de 2010

Susto

Não sei como fui parar aí, vai demorar um pouco mas vou dar um jeito de sair.

Frevo Gaúcho

Na maior animação. 

 



Encontrei estas pestinhas no maior auê tomando conta do lugar onde ficam as folhas e os galhos nos fundos do atelier.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Calçada democrática

Encontrei esta calçada no estacionamento da PUC, de Porto Alegre. Muito boa para passeantes e arvorantes. 


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quebra-galho


Ultimamente estou me dedicando bastante na criação de tratadores e bebedores para pássaros. É um ótimo meio para dar vazão as minhas fantasias artísticas. Atualmente estou complementando as cerâmicas com galhos de árvores, colocando sobre eles várias peças de cerâmica, como pássaros, cogumelos, ninhos de passarinhos, lagartas, caracóis, etc. Meu principal problema é que eu preciso encontrar galhos com um determinado desenho para que forme um conjunto harmônico com a cerâmica. Quando ando pelas ruas pareço um maluco examinando cada árvore cuidadosamente, montando mentalmente um banco de galhos para novas criações. O ligustro tem os melhores galhos, seguido pela goiabeira. Tem um ligustro na frente da minha casa que já me doou vários "órgãos". Só os galhos de baixo funcionam porque são mais retorcidos e mais finos. Após a coleta eles são cortados nos tamanhos apropriados e colocados para secar dentro do forno de cerâmica, aproveitando o calor residual da queima anterior. Sempre funciona muito bem para seca-los, salvo uma vez em que dei uma saidinha e quando retornei o ateliê estava tomado pela fumaça dos galhos que se transformaram em carvão.
As detestáveis tempestades que assolam nosso estado, principalmente na primavera e no outono, para mim não são mais tão indesejáveis. Muitas árvores sucumbem à fúria dos ventos e posso recolher os galhos sem grandes pesos na consciência e sem o risco de ser recolhido pela polícia ambiental.

domingo, 2 de maio de 2010

Pão quentinho...

...no forno de sábado do atêlie.

Mantegueira.


Pão com manteiga, a combinação perfeita.