quinta-feira, 30 de junho de 2011

Como aprender sem se esforçar

Já passei uma grande parte desta minha vida estudando, desde os duros bancos escolares até agora, lendo em sofás confortáveis. Aprender dá trabalho, mas vicia com o tempo.
Ontem passeando pelas ruelas medievais me dei conta que perdi um tempo precioso atrás dos livros


Nos fundos do atelier tem um espaço para esverdear.
Vou comprar várias mudinhas desta maravilha, quando florescerem vou ser consultor e ficar riquíssimo em pouco tempo

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Temperos da vida


Aqui não nos estressamos quando esquecemos de comprar alguns temperos indispensáveis para os sabores culinários. Nas praças e ruas de Terrassa nunca falta uma frondosa árvore de louro, cujas folhas não podem faltar no feijão-preto.
Para estabilização de barrancos  não usam grama como no Brasil, mas o perfumado alecrim.
No Parc Vallparadis tem de tudo,tomilho, alecrim, sálvia, lavanda e tambem outras que nem conheço.



Os canos que se vêem entre as plantas fazem parte de uma rede de irrigação por gotejamento que se estende por todo parque e que os mantém sempre verdes , mesmo nos tórridos verões.


Um frondoso louro ao lado das ramblas margeadas com plátanos, que nesta época se cobrem de verde.



sexta-feira, 24 de junho de 2011

Peripécias para degustar um bom vinho.

Queria comemorar a mudança para Terrassa com um bom copo de vinho, acompanhado de queijos e jamón locais. Na hora de abrir o vinho, cadê o maldito saca-rolhas? Tão acostumado que  estava com o que tinha, sempre confiável,  à disposição na gaveta do armário da cozinha de Porto Alegre, nem me ocorreu de comprar um novo. Lógico que nas gavetas daqui não havia nenhum. Mas trouxe comigo o que qualquer homem deve ter consigo, um canivete suíço. Nunca nos deixa na mão. Comecei a sacar todas as suas ferramentas. Encontrei o palito de dente de plástico, uma agulha inútil, uma abridor de garrafas que há quinze anos seria útil quando as tampinhas  eram sem roscas. O designer deste canivete com certeza era abstêmio.
Tive que partir para a ignorância. Com as unhas doloridas de tanto sacar lâminas, (porque as fazem tão duras de sacar?) consegui retirar a maior  e roí a rolha até conseguir empurrá-la para dentro da garrafa.



No dia seguinte saímos na busca de uma máquina de fazer pão, do outro lado da cidade. Não conseguí acreditar no que os olhos me mostravam. Um deboche em  forma de obelisco no início do Parc Vallparadis.



 .Deve ser o monumento em homenagem ao Saca-rolhas desconhecido.

E o meu vinho, coitado, na falta de rolha, tapei-o com uma cabeça de alho.
Vinho temperado com rolha e com aroma de alho, não tem condições.
Foi para o ralo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Inspirações

Na visita que fizemos à igreja Sagrada Família no ano passado e em seu museu, ficou muito claro que as soluções da natureza, como flores, galhos, sementes e  insetos serviram  de inspiração para a inesgotável criatividade de Gaudí.
Hoje pela manhã, percorrendo as ruas em busca de um lugar para colocar o atelier, nos deparamos com estas árvores florescidas.






Inspirações para brincos ou luminárias

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Boas Novas do Brasil

Fiquei bastante feliz com as fotos que recebi da primeira queima que fizeram minhas alunas.
Para mim é uma realização como professor e ceramista que o envolvimento dos alunos com a cerâmica foi tão grande que resolveram montar um atelier coletivo.
Auxiliei no que pude.Queria ter acompanhado a primeira queima, mas fomos embora antes da inauguração do forno.
Ontem recebí as fotos das peças.





Imagino a expectativa e a felicidade delas ao abrir a primeira fornada.


Parabéns e continuem. Esse é o caminho.



terça-feira, 21 de junho de 2011

Aviso aos navegantes

Meu antigo email foi para o beleléu. Meu correio eletrônico atual é: ruiceramica@gmail.com
Gostaria muito de receber as fotos da primeira queima feita pelas minhas saudosas alunas.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Adaptações gastronômicas

Passei por um pequeno apagão internético por motivo da mudança de Barcelona para Terrassa. Hoje pela manhã instalaram o telefone de linha e a internet.
Nosso canto está bem ao nosso gosto. A partir de amanhã começaremos a procurar as salas para o atelier. Imagino que tão logo tenha um atelier minhas postagens voltarão â impontualidade habitual.
Sinto falta de algumas frutas tropicais. Compramos algumas bananas estes dias, além de não amadurecerem nunca, tinham textura e gosto de isopor aromatizado.
Reorientei a bússola para produtos locais.
O  Carrefour daqui tem um impensável corredor onde só estão expostos jamons, oriundos de todas as regiões de Espanha






                                            Agora é época da colheita de cerejas na Catalunya, encontramos caixas com 2 quilos de cerejas frescas a inacreditaveis €3,90    



O bom é que não precisamos arrastar uma perna inteira para casa. De todos os tipos também
há os fatiados. Mas não falta a vontade de ter algum dependurado em cima da mesa, ao lado da luminária, para  cortar as fatias diretamente no café da manhã. Quando espanholar-me um pouco mais vou pendurar alguns também na cozinha.



Nem só de alimentos saudáveis vive o homem. Para aficcionados dos Simpsons como Laura e eu estes biscoitinhos não poderiam ficar para trás 



 

Nas casinhas de passarinho de cerâmica sempre colocava três caracóis representando minha pequena família. Encontramos alguns nas padarias de Terrassa.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Variaciones en la Siesta


Estamos nos mudando  para Terrassa, mais ou menos como as formigas que levam nas costas o  que conseguem.
Já fazem três dias que começamos. Pelas nossas contas amanhã dormiremos lá.
Está meio confuso cumprir os ritos da mais ortodoxa tradição espanhola: fiz a siesta em um dos inúmeros bancos da Rambla d'Égara. 



Mobiliamos nossa casa com os produtos comprados nesta loja.
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Não necessitávamos desta cristaleira, mas não resistimos. Custou € 110,00

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Esta mesa com  6 cadeiras saiu por € 200,00

Os antiquários brasileiros fariam a festa por aqui. 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Animais de estimação


Retornando para casa , nos deparamos com um cachorrinho um pouco diferente.
 comentei com a Laura - Olha só que cachorro diferente, tem o rabo todo enrolado como de porco e é
meio pelado 



Só que na verdade era de fato um leitãosinho transformado em bicho de estmação



O proprietário falou que se eu estivesse interessado me venderia este potencial Jamon Ibérico,


Tratei logo de sumir dali sem nem ao menos pedir o preço, já que estamos em crise de abstinência de um animalzinho de estimação

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Comércio de Barcelona


De acordo, sempre temos que dar o recado com simpatia.

Pic-nic na Arena Romana


No domingo não se resolve grandes coisas da vida prática por isso resolvemos fazer um passeio. Fomos a Tarragona situada a uma hora de trem de Barcelona. É uma cidade fantástica que respira história, capital de uma das províncias mais importantes do Império Romano. Esta arena era palco de
 diversão dos romanos.Mártires foram executados. Construíam uma basílica no local dos martírios.
 Foi convento, prisão. Ficou abandonada por séculos. Em meados do século vinte foi restaurada.


Seguindo a tradição de Neide Rigo de fazer piquenique nas praças aos domingos, improvisamos o nosso no parque bem arborizado da Arena. Como não somos profissionais no assunto é claro que esquecemos toalha, guardanapos, pratos. Minha camisa serviu de tolha, pratos improvisamos com folhas de alumínio e as caneca, tive que comprar algumas chinesas, por mais que isso dôa no coração do ceramista.
Mais um evento para ficar na galeria das coisas legais que fizemos.
Aqui não tem como não pensar nas gerações que nos antecederam, nos seus sofrimentos, esperanças e amores. Parece que elas sussurram de cada pedra milenar que compõe o cenário desta cidade.


Neste parque museu fizeram vários canteiros com as plantas importantes para os antigos romanos, desde temperos, plantas ornamentais, rituais e frutíferas. Em frente de cada canteirinho uma placa explicativa.






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O mar ao fundo é o que há de bonito


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Em uma outra arena onde conseguiram recuperar somente uma parte, tiveram o cuidado de desenhar em uma parede, em, perspectiva a sua continuação


Na cidade antiga, mosaicos feitos com seixos de rio.

 

Uma boa parte da muralha que cercava a cidade se manteve. Aí brotou um edifíco da parede.




Vasos de cerâmica nas paredes das casas e uma trepadeira fabulosa na esquina dão uma atmosfera única na cidade.

Restauração de um vaso quebrado



Matando a sede em uma das fontes da cidade

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Nunca ví cactos tão grandes como esses dois.

 
Em alguns lugares os tempos se misturam, muralhas transformam-se em casas e fundações de prédios.
É muito bom pertencer a uma época em que pessoas comuns como nós tem acesso a conhecer as preciosidades do mundo. 


 

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O despertar de hércules


As vezes quando o mundo parece desabar sobre nós...


a gente tira forças de fontes ancestrais que nem imaginamos ter




Depois de tanto esforço nada como um bom descanso nas praias do Mediterrâneo.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Vizinhança

A nossa primeira vivenda na Espanha já está ficando para trás, um  apto para turistas  alugado pela internet por 22 dias. Encontramos um lugar mais permanente e logo nos mudaremos. Estes dias por aquí foram bem interessantes para nos aclimatar e também deu para sentir algumas peculiaridades da vizinhança cosmopolita..

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Logo abaixo de nosso apto à direita vive uma senhora idosa que parece que sai duas vezes por dia para a varanda  para dar um polimento vigoroso em duas esferas de bronze colocadas sobre o gradil da sacada. Depois recolhe-se por trás da porta de vidro, puxa uma cadeira e fica olhando para fora vendo seu tempo morrer. As bolas das outras sacadas estão enfoscadas pelo esquecimento. Talvez esta senhora esteja somente dizendo para o mundo que  ainda vive.

No andar térreo de nosso prédio estão instalados dois comerciantes. O da direita acho que é um turco barulhento que vende Dönner Kebap e um monte de comidas de sua terra. Comemos aí um dia. Ele tem uma voz poderosa que ecoa pelas ruelas, principalmente à noite. Ao seu lado tem um barbeiro árabe que atende até a meia noite. Ele fica contado intermináveis històrias aos clientes também de sua terra. O curioso é que ja faz mais de uma semana que ele usa a mesma bermuda.

Abaixo da senhora das bolas polidas tem uma farmácia do início dos tempos. Cheios de potes coloridos com ervas do passado, balcões e  armários de madeira escuros. Turistas passam o dia em frente fotogrando esta relíquia do passado


Nosso refúgio temporário fica lá no alto onde está estendida uma toalha laranja.
Em Barcelona troveja e chove uma chuva mansa que chama para o recolhimento no aconchego das casas.