A nossa primeira vivenda na Espanha já está ficando para trás, um apto para turistas alugado pela internet por 22 dias. Encontramos um lugar mais permanente e logo nos mudaremos. Estes dias por aquí foram bem interessantes para nos aclimatar e também deu para sentir algumas peculiaridades da vizinhança cosmopolita..
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Logo abaixo de nosso apto à direita vive uma senhora idosa que parece que sai duas vezes por dia para a varanda para dar um polimento vigoroso em duas esferas de bronze colocadas sobre o gradil da sacada. Depois recolhe-se por trás da porta de vidro, puxa uma cadeira e fica olhando para fora vendo seu tempo morrer. As bolas das outras sacadas estão enfoscadas pelo esquecimento. Talvez esta senhora esteja somente dizendo para o mundo que ainda vive.
No andar térreo de nosso prédio estão instalados dois comerciantes. O da direita acho que é um turco barulhento que vende Dönner Kebap e um monte de comidas de sua terra. Comemos aí um dia. Ele tem uma voz poderosa que ecoa pelas ruelas, principalmente à noite. Ao seu lado tem um barbeiro árabe que atende até a meia noite. Ele fica contado intermináveis històrias aos clientes também de sua terra. O curioso é que ja faz mais de uma semana que ele usa a mesma bermuda.
Abaixo da senhora das bolas polidas tem uma farmácia do início dos tempos. Cheios de potes coloridos com ervas do passado, balcões e armários de madeira escuros. Turistas passam o dia em frente fotogrando esta relíquia do passado
Nosso refúgio temporário fica lá no alto onde está estendida uma toalha laranja.
Em Barcelona troveja e chove uma chuva mansa que chama para o recolhimento no aconchego das casas.
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