Por incrível que pareça, ja fazem 5 meses que estamos aqui. Do turbilhão que nos lançamos no início desta aventura incerta, restam poucas marolas. Deixamos tudo para trás, sem olhar para o que foi, se não seriamos transformados nas frágeis estátuas de sal dos tempos bíblicos. Nos move o que sempre moveu a humanidade , busca pelo novo, abandono da rotina massacrante, a sensação de finitude da existência na medida que os anos avançam. Queremos mais mundos que nosso tempo não nos pode dar. Apesar de todas as incertezas e angústias que envolvem este passo estou feliz com este banho de novidades e desafios.
Daqui a um mês começa a temporada de feiras. Será que vão gostar de meu trabalho? É a pergunta que não cala e de sua resposta também depende a nossa permanência confortável
Vivo da criatividade que brota em forma de cerâmica do caldeirão de ideias que continuamente muda a composição de seu caldo. A tampa nunca pode ser fechada. Ali caem todos os estímulos externos, as novidades. A fervura longa integra continuamente o antigo com o novo. Nunca sei quanto tempo vai demorar para que esteja no ponto. De repente uma ideia vem do nada e se condensa em cerâmica no vapor da fervura.
O modernismo catalão ( o correspondente Jugendstill alemão ou Art decô francês) sempre me fascinou por causa das formas orgânicas da natureza. Não tem cidade na Catalunya sem testemunhos arquitetônicos daquela época.
As matas fechadas quase intransponíveis, perigosas do menino selvagem em Santa Rosa, cheias de cipós "tarzânicos" agora se transformam em uma harmonia circulante de vida.
Estes cordões tão frágeis de repente tornam-se tão fortes que tudo sustentam numa harmonia de um concerto de cordas de Bach.
Essa é a síntese de meu momento.
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Um comentário:
Gostei de encontrar tb as fotos da peca crua. Só de imaginar fazer essas minhoquinhas (?, choricitos decimos aquí en Argentina...) tao perfeitas e uniformes sei o tempo e o empenho que pede uma peca linda como essa.
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