quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Transmutação

(Fotos:GettyImages)


Subitamente, há anos,um milagre de transformação em dose dupla aconteceu em nosso singelo núcleo familiar. Por obra e força de esconjuros seculares contidos em um papel manuscrito de difícil leitura, amarelado de velhice, vindo dos longínquos da Sierra Nevada espanhola, transformou-se minha querida família.

Como faço ao longo destes 11 anos, coloquei minha filha para dormir e me recolhi com minha querida consorte para o merecido descanso. Na manhã seguinte, mais confuso que cusco (cachorro em gauchês) em procissão, acordo,e deitada ao meu lado, uma espanhola. Não bastasse, também a filha bandeara-se para o lado das ibérias. Depois do susto, avaliando bem os prós, contras, se nãos e se sins, pensamos que não seria uma má ideia continuar nossa jornada pelo velho mundo.

Pessoalmente seria a redenção para um hábito antigo que cultivo desde a infância e defendo bravamente, como Dom Quixote. E seguindo uma tortuosa linha familiar que se iniciou quando meu avô se instalou com a família por uma temporada no norte da Argentina. Este hábito não é visto com bons olhos. As pessoas cheias de preconceito taxam de preguiça uma centenária tradição cultural.




Quando estiver em Espanha, os meus magros 30 minutos de siesta diários se converterão em 3 horas diárias como está sacramentado nesta maravilhosa terra. Com galhardia defenderei os hábitos e a cultura desta sábia nação. Já estou escolhendo os modelitos de pijama.


Um comentário:

falando... disse...

despues de la siesta tiraras manteca al techo...