sexta-feira, 6 de março de 2009

Molekinho



Agora que o mundo virtual não é mais tão irreal e intransponível, estou mais tranquilo para fazer algumas observações sobre o que vejo nesse novo mundo.
Volta e meia vejo as pessoas apresentando seus caderninhos "chiques de urtimo" chamados de moleskine. Alguns são cópias de caderninhos usados por escritores e pintores famosos. O preço deles varia conforme a fama do artista, ou seja, são muito caros. Se eu tivesse um desses não teria coragem de usar, me sentiria profundamente constrangido com a responsabilidade de escrever num molekinho usado por Hemingway ou Picasso. Não sairia palavra alguma.
Meu molekinho, portanto, vem do 1,99. Serve para rabiscar os posts, anotar recados de telefone, lista de compras do super mercado e as vezes a Laura se apossa dele para desenhar. Com o tempo ele vai ficando completamente embarreado. Ele passa uma grande parte do dia no atelier e as ideias teimam em vir quando estou no torno. Pego-o imediatamente para fixar os pensamentos fugidios sem prestar muita atenção na limpeza das mãos. Eu me esforço para ser fino, mas não consigo. O coitadinho dura pouco, mas como é baratinho e sem fama, é facilmente descartado e substituído - como cada um de nós.
Moral da história: cada blog tem o molekinho que merece.

4 comentários:

Neide Rigo disse...

Rui, adorei este post. Dei muita risada. Eu também tenho uns molekinhos vagabundos, como você viu. E um mais chiquezinho que usei no Premio Paladar. Merecia. Adorei poder ler seu moleskinho - bastou clicar e ampliar a foto rsss. Pude ler o café moido na casa da Neide, a peteca do Seu Toninho, a Lapa etc. E ver outros garranchos ininteligíveis. Agora,o que é esta lapis mordido? Ou quebrou pra dividir com a Laurinha? Beijos, N

Fer Guimaraes Rosa disse...

Eu mostrei meu moleskin no Chucrute--sera que sou uma dessas pessoas que mostram caderninhos chiques de urtimo? Mas o meu nao custou caro e eu uso sem preocupacao, porque esse que carrego na minha bolsa nao eh do Hemingway nem do Picasso, eh so meu e de mais ninguem.

Anônimo disse...

Oi Rui,
Eu não tenho "moleskin de urtimo" ou "molekinhos vagabundos" mas gostei do que li aqui, não resisti e ampliei para poder ler o original, não importa onde ou o que você usa para registrar seus pensamentos ou idéias. O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem...
O lápis é algo (rrsss).
Abraço,

Débora - Pelotas,RS

Anônimo disse...

Rui

Também tenho um molekinho, foi a Neide que me deu.
Tem as folhas oloridas e está cheio de coraçõezinhos. Fofis, fofis!!
Fiz até um post: http://divertimentoclarinete.blogspot.com/2009/02/fiel-escudeiro.html

Abraços
Marcos