Nesses anos de feira na praça já escutei as coisas mais engraçadas e os maiores absurdos sobre o meu trabalho. Tem coisas que até me acostumei a ouvir, e não me escandalizo mais quando uma pessoa explica para a outra como eu transformo um bloco de pedra sabão em uma cumbuca. Já me perguntaram se o material é feito de durepoxi, gesso ou madeira pintada. Teve um que me deixou pessoalmente intrigado. Perguntou se era chifre de boi. Até agora não consigo imaginar de como poderia fazer um açucareiro ou bule com um chifre. Dá uma sensação de vazio quando se vê que muitas pessoas não tem a mínima ideia de o que são e de como são feitas as coisas com as quais convivem diariamente. Não tem a menor noção dos processos complexos e demorados para se fazer uma peça cerâmica.
Tenho a sensação que este mundo tecnológico nos afasta das nossas origens e está nos transformando em objetos sem personalidade.
6 comentários:
Oi Rui, querido amigo,
Adorei o blog, tão criativo e inspirador como o teu trabalho. Ao ler esse post me perguntei como alguém pode não perceber a obra de arte que está diante de si? Como aquela casa de passarinhos, por ex, que já existia dentro da argila, mas que somente a sensibilidade de um artista a descobriu para o deleite de nós, argila não trabalhada, não moldada, não descoberta.
Um grande e afetuoso abraço.
Claiton
Rui
De fato é um pouco triste se ver de frente com estas situações. Mas veja pelo lado bom, pois sempre que te perguntarem algo haverá a esperança de clarear um pouquinho esta escuridão!
Abraços
faz parte,faz parte....
javier
Rui, seu blog esta tri-chique! Bem-vindo a blogosfera. Serei sua leitora assidua. Agora, passa essa cumbuca pra cah, ja! Que linda! :-)
um abraco,
Lamentavelmente, tenho que concordar com você.
Que tal a anedota de um ex-colega de trabalho que relata sobre um menino numa excursão escolar que, quando o grupo foi questionado sobre o que a vaquinha nos dá, ficou pasmo quando o monitor exclamou "O leite!" e disse que não, que na casa dele o leite vem da caixinha?
Oi rui. Muito loucas essas histórias... Qta criatividade.
um abraço, Vanessa
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